O fichamento de um artigo científico vai ajudá-lo na organização de seu trabalho de conclusão de curso (TCC). O fichamento tem como objetivo resumir as principais ideias contidas naquele documento. Lembro que o modelo proposto aqui é uma orientação e sugestão para a sua melhor organização.
Abaixo, coloquei um exemplo de um fichamento composto por 7 partes principais. É muito importante a leitura do artigo científico sugerido para o melhor entendimento das ordens citadas. Somente clicar no título do documento que você será automaticamente redirecionado para a página do artigo original.
- No primeiro parágrafo, eu cito o objetivo do estudo e hipótese (quando houver).
- Na segundo parágrafo, eu cito as características dos participantes do estudo como idade, enfermidade e sexo.
- No terceiro parágrafo ,eu cito resumidamente os procedimentos dos testes realizados durante o estudo. Importante ser direto nessa parte.
- No quarto parágrafo, eu cito os protocolos utilizados no estudo ou intervenção (variável independente).
- No quinto parágrafo, eu cito resumidamente os resultados gerais do estudo e também as variáveis dependentes do estudo.
- No sexto parágrafo, eu apresento as explicações do autores do artigo para os resultados encontrados no estudo e também informações que eu considerei importante.
- No sétimo parágrafo, eu apresento brevemente a conclusão do estudo e questões levantadas por mim para estudos posteriores.
O presente artigo comenta na introdução sobre alguns
fatores que podem influenciar no declínio da pressão arterial após o exercício,
termo também denominado como hipotensão. Dentre esses fatores, a intensidade do
exercício, tipo de exercício físico e quantidade de massa muscular envolvida são
importantes variáveis que devem ser consideradas na prescrição do treinamento.
Com isso, o objetivo do presente estudo foi comparar o efeito de diferentes
protocolos de ordem de execução no treinamento resistido (TR) sobre a hipotensão
pós-exercício em idosos com hipertensão arterial bem controlada.
Participaram
desse estudo oito idosos com hipertensão arterial bem controlada com idade
média de 62 anos de idade, de ambos os gêneros. Todos eles não tinham
experiência prévia no TR. Durante a seleção dos participantes, alguns critérios
de inclusão foram citados. Dentre eles, não possuir nenhuma doença que pudesse
comprometer a resposta cardiovascular durante o treinamento e também não
possuir lesões musculares, ósseas ou articulares. O projeto foi aprovado pelo
Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição e todos os participantes assinaram um
termo de consentimento livre e esclarecido.
Os
participantes do estudo realizaram três visitas ao laboratório em dias não
consecutivos e sua pressão arterial foi medida seguindo os protocolos da V
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Após isso, realizaram o teste de
12 repetições máximas (RM) em alguns aparelhos como supino máquina, puxada pela
frente, remada alta, leg press 45º,
cadeira extensora e cadeira flexora.
Após
isso, foram submetidos a três diferentes protocolos com intervalo de 48h
entre cada um. No primeiro protocolo a ordem seguia dos membros
inferiores (MI) para membros superiores (MS), no segundo protocolo a ordem era
inversa e no terceiro, o treinamento intercalava exercícios para membros MS e
MI. O treinamento consistia de três séries de 12 RM, com intervalo de
recuperação de dois a três minutos entre cada série e exercício físico. É importante citar aqui que os protocolos
representam as variáveis independentes
Os
resultados do estudo demonstraram que o protocolo que intercalava MS com MI
gerou maior efeito hipotensor (significativo) após 60 minutos do término do
exercício físico em relação ao repouso para a pressão arterial sistólica (PAS).
O mesmo resultado aconteceu para a pressão arterial diastólica (PAD). É importante citar aqui que as medidas da
PAS e PAD representam as variáveis dependentes.
Uma
das explicações para o efeito hipotensor superior no protocolo intercalado foi
a maior quantidade de massa muscular envolvida durante o exercício físico. Consequentemente, promoveu maior mobilização vascular, maior
vasodilatação sistêmica e com pouco resposta vasoconstritora. Outro fator
importante foi a citação de que a quantidade de massa muscular envolvida
durante o exercício físico não afeta diretamente nos níveis de hipotensão pós-exercício
mas influencia na duração de sua resposta. Além disso, a redução de 2 mmHg na
PAS e PAD é capaz de reduzir em 17 e 9 % o risco de acidente vascular encefálico e doença
arterial coronariana, respectivamente.
Portanto, o artigo concluiu que para idosos hipertensos controlados a ordem de exercícios intercalando MS com MI induziu maior efeito hipotensor. Neste momento, ressalto a importância de estender esse estudo para sua aplicação crônica em diferentes populações como síndrome metabólica e obesos.
Portanto, o artigo concluiu que para idosos hipertensos controlados a ordem de exercícios intercalando MS com MI induziu maior efeito hipotensor. Neste momento, ressalto a importância de estender esse estudo para sua aplicação crônica em diferentes populações como síndrome metabólica e obesos.
Referência que eu considerei importante para leitura posterior no artigo do Jannig.
Pescatello LS, Franklin BA, Fagard R, Farquhar WB, Kelley GA, Ray CA. American College of Sports Medicine
position stand. Exercise and hypertension. Med Sci Sports Exerc. 2004;36:533-53.
Espero que essa informação tenha ajudado.